sábado, 30 de julho de 2011

ALETRIA

Tava procurando os livros de um autor, deparei o ALETRIA. Nas palavras que definem o site, “mistura das palavras Letras e Alegria, Instituto Cultural fundado em junho de 2005 com a proposta de preservar e propagar as histórias, lendas, “causos”, usos e costumes por meio da palavra encantada dos narradores, o que fundamenta e fortalece a identidade cultural mais profunda de um povo.”
No meio do conteúdo que traz, transcrevo abaixo um pequeno conto, pra deixar você com gosto de quero mais e depois ir lá conhecer muitas outras histórias, mais as notícias, cursos, publicações e artistas ligados à contação e preservação da tradição oral.

O segredo da abelha

Um dia a mãe da formiga mandioca disse pra filha: Minha filha, vá até a mata, corte um feixe de lenha, encha um pote com água e traga pra casa. Eu hoje estou muito ocupada e doente e não posso fazê isto.

A filha então respondeu: — Ah, mamãe eu também não posso, pois tenho de cortá folha a noite inteirinha.

— Destá, minha filha. Há de permitir Nossa Senhora, que você, de hoje em diante, corte sempre, dia e noite, sem pará...

Nisto, ia passando por ali a cigarra e a mãe da formiga lhe fez o mesmo pedido. A cigarra respondeu: — Ah, dona formiga, eu não posso. Hoje vou cantá a noite inteira.

Então a formiga lhe rogou a praga: — Há de permitir Nossa Senhora que você viva sempre a cantá, até rebentá pelas costas.
Foi quando passou a abelha, e a velha formiga lhe pediu a mesma coisa.

A abelha prontamente foi no mato cortou o feixe de lenha, trouxe até a casa da formiga, apanhou água, ajudou a fazê fogo, limpá e arrumá a casa e a mesa. Depois quando já ia embora, a mãe-formiga lhe disse agradecida:

— Há de permitir Nossa Senhora, que o mel que você fabrica seja sempre doce e bençoado e sirva de remédio pra curá doentes pobres.

Nossa Senhora ouviu os desejos da velha formiga e atendeu todos eles.

Por isso é que a formiga mandioca não pára de cortá folha, dia e noite, a cigarra canta até rebentá pelas costas, e o mel da abelha é o santo remédio dos pobres.

Fábula brasileira. Fonte: Guilherme Santos Neves em "Dois contos etiológicos do folclore". A Gazeta. Vitória, 01 de junho de 1958

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá!
Você é bem-vindo ao nosso blog. Fique à vontade para comentar. Mas comentários desrespeitosos ou com conteúdo impróprio serão apagados.